30 de novembro de 2012

2. Cosmologia

Mar, Terra e Céu.

O Mar que me cerca.
O Mar que me guia.
O Mar em mim.

A Terra que me rodeia.
A Terra que me sustenta.
A Terra em mim.

O Céu que me coroa.
O Céu que me inspira.
O Céu em mim.

Os Três Mundos, no mundo e em nós. O Mar (as Águas), morada por excelência dos ancestrais, origem e fim da vida, o sangue do mundo, o nosso próprio sangue. A Terra, morada dos seres viventes, animais, seres humanos, vegetais, minerais. Ponto de intersecção entre os seres visíveis e invisíveis, entre humanos, Deuses, ancestrais e espíritos. A Terra, corpo do mundo, o nosso próprio corpo. O Céu, morada por excelência dos Deuses e Imortais, os Brilhantes, a alma do mundo, a nossa própria alma.
Mas espere... Há Deuses também na Terra e no Mar. E há Ancestrais também na Terra e no Céu. E Espíritos da natureza também no Céu e no Mar. Três espirais unidas por um centro e se movimentando em torno desse eixo. Ora o Céu toca o Mar, ora o Mar toca a Terra, e ora a Terra toca o Céu... Raios do sol e da lua iluminando a superfície da água. Fluxos d’água percorrendo as profundezas da Terra. Uma montanha ou colina beijando o Céu...

(Três espirais, Triskele).

Os Três Mundos no mundo e os Três Caldeirões da Poesia* em nós. O Mar e o Caldeirão do Aquecimento (físico). A Terra e o Caldeirão do Movimento (emocional). O Céu e o Caldeirão da Sabedoria (espiritual). O equilíbrio dos caldeirões implica no equilíbrio dos Três Mundos em cada um de nós.

Na Encantaria amazônica existe uma cosmovisão semelhante. O Fundo, a profundeza das Águas, morada dos encantados e caruanas (seres, na forma humana e/ou animal, com grande poder e conhecimento que auxiliam o pajé nos ritos de cura). O mundo dos seres viventes, onde homens e mulheres vivem e se relacionam entre si e com os animais, vegetais e minerais. O Céu, morada de Deus, santos e espíritos. O mundo dos viventes é também ponto de intersecção entre o Céu e o Fundo, mas nesse pensamento há uma diferença entre as duas cosmovisões (a Celta e a da Pajelança cabocla) que merece ser mencionada: o Céu, e Deus, são considerados distantes e de difícil alcance, o que não acontece na mitologia celta e no Druidismo, pois essa distância é bastante relativa, já que é com frequência que Deuses se comunicam com humanos e que humanos encontram-se com fadas. Em muitas culturas indígenas brasileiras esse pensamento também é presente.

A Terra, o Corpo. O Mar, o Sangue. O Céu, a Alma. Macrocosmo, e microcosmo. O planeta, e o ser humano. O equilíbrio e a saúde (física, mental e espiritual) de um implicam no equilíbrio e saúde do outro. Simples assim, difícil, porém.

O Céu acima de mim.
O Mar ao redor de mim.
A Terra abaixo de mim.
An Thribhis Mór! (O Grande Triskele)
Eu honro os Três Reinos.
Eu honro os ancestrais.
Eu honro os espíritos da natureza.
Que haja entre nós amizade e paz!


* Sobre os Três Caldeirões leia:



29 de novembro de 2012

1. Por que Druidismo?


(Ramos de um carvalho, uma das árvores sagradas no Druidismo. Irlanda jul/2012.)

Escrevi uma vez um texto falando sobre como iniciei o caminho no Druidismo, então não vou falar exatamente isso para não me repetir. Mas vou falar (quero dizer, escrever rs) o que o próprio tema propõe: por que druidismo?
Bem, porque me sinto profundamente atraída pela cultura e espiritualidade céltica, em especial a irlandesa (mas não somente por esta). Porque de alguma forma acredito e sinto que em alguma vida passada já vivi em terras célticas. Porque quando escuto uma música de inspiração celta (ou seja, irlandesa, escocesa, galega...) me arrepio até os ossos e meu coração se aperta sentindo um misto de saudade e alegria intensa ao mesmo tempo (aliás, a minha primeira experiência de contato com a cultura celta foi por meio da música). Porque mesmo um povo (ou povos, pois eram várias tribos) estando há tanto tempo “morto” (mil aspas aqui! rs) a sua cultura ainda ecoa em nossos tempos e ressoa intensamente em meu coração e espírito.

Porque sei que o Sagrado está na natureza e em praticamente tudo a minha volta, e que não só o ser humano possui alma, mas também os animais, as árvores, os rios, pedras e até mesmo os objetos no meu altar (ou centro devocional, como alguns preferem chamar).  Porque desde muito tempo adorava ouvir histórias de seres encantados, de Iaras, botos, cobras grandes, fantasmas, enfim, seres do imaginário amazônico, e também do europeu, como as fadas, sereias, ninfas, espíritos do vento, das árvores... Pois mesmo sendo lendas ou contos de fadas algo me dizia no fundo que elas realmente são reais. Porque acredito que o Druidismo é uma dentre muitas formas de espiritualidade e de vida que a humanidade mais necessita se aproximar e entender nos dias de hoje. Uma espiritualidade que reconheça a sacralidade da Terra e dos seres que nela habitam, e que busque reconectar o passado, a Ancestralidade (sem, no entanto, ignorar os benefícios da modernidade) com o presente. E porque sinto um grande encantamento pela vida, pela natureza (e todos os seus ciclos, que são nossos ciclos também), pelos pequenos detalhes do dia-a-dia até os grandes mistérios da natureza e universo. Encantamento esse que o ser humano precisa descobrir de novo, e o quanto antes, para o seu próprio bem e o do mundo.

É por tudo isso e muito mais que sigo e vivencio o Druidismo, em cada minuto do meu dia. Seja fazendo uma oração diante do altar, ou observando o pôr-do-sol, cuidando das plantas na varanda, amando a minha família, ou apenas ouvindo uma música celta. E olha que não tem um dia que passe sem que eu ouça música celta, pois pra mim não há nada melhor do que as músicas (e os mitos) celtas para entender a verdadeira alma do Druidismo e da(s) cultura(s) céltica(s). Um sábio já disse que a música é a alma de um povo. Schopenhauer escreveu que “a música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende”. E o maravilhoso e inspirado Khalil Gibran nos disse que a música é a linguagem dos espíritos.  A Grande Canção... era como os irlandeses há poucos séculos atrás chamavam Deus...

30 Dias Druídicos - Iniciando a Jornada

Hoje inicio a jornada dos 30 dias druídicos (e que os Deuses me ajudem rs)! Começou  aqui no Brasil com o querido druida Endovelicon, após o II EBDRC. Incentivada pelos amigos druidas e druidistas que já escreveram seus 30 dias, pela participação em duas edições do EBDRC (que foram simplesmente maravilhosos, inspiradores e de arrancar lágrimas e muitos risos!) e por estar iniciando meus estudos sobre o Ogham, junto-me então nessa corrente e me proponho a escrever a cada dia (assim espero) sobre temas pré-estabelecidos, que são:

1- Porque Druidismo?
2- Cosmologia
3- Terra e Natureza
4- Três Reinos
5- Elementos
6- Espaços Sagrados
7- Prática Diária
8- Divindades e Crença
9- Ancestrais
10- Espíritos da Natureza
11- Ritual
12- Roda do Ano
13- Inspiração
14- Meditação
15- Histórias
16- Poesia
17- Ética
18- Ciência e Filosofia
19- Magia
20- Oração
21- Vida Consciente
22- Família/Amigos
23- Comunidade
24- Trabalho
25- Pisando Leve
26- Distrações
27- Um Dia Druídico
28- Caminho
29- Futuro
30- Conselhos

Confesso que já senti um pouco de dificuldade e insegurança só em escrever esse primeiro post! Mas creio que é um grande desafio e só terei a ganhar no final dessa jornada (pelo menos é o que todos que escreveram os 30 dias relatam ^^). Comprometo-me também a não escrever textos longos, seguindo o exemplo dos textos maravilhosos do Endovelicon, de Laise e outros. E além disso, procurarei escrever sobre os temas entrelaçando com algumas experiências que vivi no Druidismo, assim o texto não fica chato e a leitura fica mais interessante (eu espero rs).
Finalizo, então, esse post com uma música(vídeo) que adoro e que me acompanhou e inspirou enquanto eu escrevia esse texto...



Que Brighid me inspire! /|\
: )

Para ler os 30 Dias Druídicos que outras pessoas escreveram siga os links aqui.

26 de novembro de 2012

Uma canção para a Mãe Terra

Uma tradução e adaptação da música "Earth Mother", de Lisa Thiel e Ani Williams.

"Mãe Terra,
Estamos em seu corpo.
Mãe Terra,
Cantamos sua canção.

Mãe Terra,
Curamos seu corpo,
Mãe Terra,
Somos seu coração.

Oweoweoweouhá."


Para ser cantada no ritmo da música original, como pode ser ouvida abaixo.


25 de novembro de 2012

Meditação de ida ao Fundo

Relacionada a roda de conversa que participei durante o III EBDRC, intitulada "Os sídhe e os encantados: traçando semelhanças e diferenças entre Druidismo e Encantaria amazônica". 


(foto de Mauricio de Paiva)

Esteja em um lugar calmo, onde não será perturbado por outras pessoas e barulhos. Se preferir, coloque uma música calma de fundo, som de águas, rio ou mar são ideais. Ou então, prefira somente o som da sua respiração. Se quiser acenda um incenso, mas não o coloque muito perto de você, para não irritar a garganta ou nariz. Coloque diante de você ou no seu altar/centro devocional (caso faça essa meditação próximo a ele) um recipiente com água limpa, e se preferir derrame umas gotas de essência perfumada na água (sugiro essência de breu branco, rosas brancas, jasmin ou outra suave). Feche seus olhos, respire profundamente, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. À medida que respira, visualize o mar e sincronize sua respiração com o ir e vir das ondas. Quando sentir-se bastante relaxado e a respiração profunda for “automática”, veja-se diante de um igarapé, rio ou grande lago. Sinta a areia sob seus pés, sinta a brisa tocar sua pele, veja as águas limpas e profundas do igarapé a sua frente. Atrás de você e mais ao longe está uma densa floresta. Perceba se está de dia ou de noite. Você escuta pássaros cantando, e avista outros voando no céu acima de sua cabeça. Como são esses pássaros? Preste atenção nas águas a sua frente... A cor... A correnteza... O som do rio ou igarapé... De repente, você escuta um longo e fino assobio, vindo das águas... E então, você ouve uma doce música, uma doce voz que parece vir do fundo das águas e ao mesmo tempo parece estar próximo ao seu ouvido... Escute essa música por um tempo... Você sente que deve entrar no rio, ele lhe chama e você não tem nada a temer. Caminhe em direção ao rio. Sinta a água fria tocar seus pés, canelas, joelhos, coxas, barriga, peito e ombros. Respire fundo e mergulhe! Nade um pouco, sinta as águas acariciarem seu corpo, você é como um peixe, uma sereia, um golfinho... Você consegue até mesmo respirar debaixo d’água! Mergulhe mais e você percebe que o rio é mais fundo do que pensava... De repente, você enxerga vindo em sua direção um animal. O que é? Um boto? Peixe? Cobra? Ele não parece ameaçador, e não te assusta nem um pouco. Ele te olha nos olhos e você entende que ele quer que você suba nele, para que ele te leve mais ao Fundo. E você sobe gentilmente nele. Ele mergulha com você mais e mais fundo nas águas, à medida que vai tudo ficando escuro até você não enxergar mais nada, apenas sente a água e o animal que te guia... De repente, você vê uma claridade a sua frente, ainda longe. Uma luz que vai aos poucos aumentando conforme vocês se aproximam dela. Aproximando, aproximando... Nadando, nadando em frente... E então, você percebe que estão chegando perto de uma cidade. Uma grande cidade que reluz toda a ouro, como se o próprio sol estivesse ali no centro. O animal que lhe guiava se aproxima do fundo e então você desce e toca o chão, e sente que pode caminhar normalmente. Você caminha em direção ao portão de entrada da cidade, onde você vê que alguém lhe espera. Como é esse alguém? Ele(a) lhe sorri e pede para que o acompanhe. Você entra na cidade e vê pessoas, seres, animais caminharem nas ruas. Alguns te observam, outros te sorriem, outros te ignoram simplesmente. Como são os moradores dessa cidade? Perceba como é essa cidade... Você vai caminhando, acompanhando o seu guia, até que chegam à entrada de um palácio, no meio da cidade. Observe como é o palácio... As portas se abrem lentamente, e no grande salão do palácio uma grande e alegre festa está acontecendo. Não coma e nem guarde para si nada que há ali. Caso lhe ofereçam alguma comida ou bebida, agradeça a gentileza e recuse honrosamente. Aproxime-se do salão, observe as pessoas e seres que estão ali, dance se sentir vontade, brinque, sorria...! Todos ali são gentis e amigáveis. Uma pessoa se aproxima e diz que o rei e a rainha desejam lhe falar. Você segue adiante no salão e avista os tronos onde estão sentados o rei e a rainha. Observe como eles são e como estão vestidos. Aproxime-se e apresente-se. Ouça o que eles têm a dizer... Eles lhe entregam um presente, que você recebe e agradece. O que é esse presente? Em retribuição você tira do bolso ou bolsa que carrega um presente também, uma oferenda ao rei e rainha do Fundo. O que é que você entrega? ... Eles agradecem e abraçam você. Você também agradece e se despede, pois sente que já é momento de voltar. O animal que lhe guiou até o Fundo surge ao seu lado e lhe convida novamente para subir nele. Você olha a sua volta, agradece e se despede de todos, por enquanto. O animal lhe conduz para cima do palácio, em cujo teto há uma saída que dá acesso à correnteza das águas. Vocês seguem juntos pela correnteza, no ritmo das águas, fluindo no rio... Você olha para trás e vê a cidade se afastando. A escuridão novamente toma as águas, mas você se sente seguro, pois está na companhia de seu animal-irmão. A escuridão passa e você percebe que está se aproximando da superfície. Você consegue avistar acima de você o céu, a lua ou o sol... Então, finalmente você emerge das águas. Primeiro, sua cabeça, depois ombros, peito, barriga, pernas... Caminha até a margem, no exato lugar onde iniciou sua jornada. Seu corpo está molhado, mas você não sente frio. Seus pés tocam a areia... Você se vira e olha para seu amigo, o animal que lhe guiou durante toda a viagem. Você agradece, ele se despede e você sente que sempre que quiser ir ao Fundo basta chama-lo que ele virá para te guiar. Ele mergulha de volta nas águas profundas. Você se senta na areia, respirando fundo, e voltando lentamente ao aqui e agora do mundo cotidiano. Abra seus olhos.


Ao finalizar a meditação, celebre ouvindo essa lindíssima música =)


24 de novembro de 2012

Relato sobre o III EBDRC

Tentarei colocar em algumas palavras como foi o III Encontro Brasileiro de Druidismo e Reconstrucionismo Celta (EBDRC), mas tenho certeza que não conseguirei fazer isso perfeitamente, pois há certas coisas, sentimentos, sensações e impressões que só quem mesmo participou poderá saber...
Durante três dias (15, 16 e 17) no mês de novembro de 2012 foi realizado o referido encontro na cidade de Nova Hamburgo/RS, no sítio São Luís, um lugar maravilhoso, rodeado pela natureza, excelente organização e bons amigos.

Uma das montanhas ao redor do sítio e o lago de águas naturais.

O encontro foi de fato um grande reencontro para aqueles que já se conheciam e um primeiro contato (o "olho no olho" de fato, pois que a grande maioria já se conhecia no meio virtual) para os que ainda não se conheciam pessoalmente. No primeiro dia estávamos todos impregnados com a sensação de que já nos conhecíamos realmente, apesar de nunca ter nos encontrado cara a cara antes, ou a sensação de que "ontem mesmo" nos encontramos, sendo que na verdade não nos víamos há meses (no caso, foi a incrível sensação que tive com os queridos amigos do Caer Tabebuya, Andréa, Marcos e Simão). Tal sentimento de amizade e união permaneceu em todo o encontro e para além dele... Pois ainda estamos embebidos nele.

Durante a vivência com Danças Circulares Sagradas, conduzida por mim (foto de José Paulo)

As palestras foram sem dúvida interessantíssimas e de grande relevância para os estudos e práticas do Druidismo e RC no Brasil, e ficávamos sempre com "gosto de quero conhecer mais" ao final de cada atividade. As vivências com danças despertaram boas risadas, alegria e  inspiração em todos que participaram ou mesmo em quem ficava apenas olhando ou registrando.
As noites eram regadas a boa bebida, boa música (com exceção da gaita de fole "tocada" por Marcos Reis rsrsrs, que não foi bem música, mas arrancou muitos risos de todos! rs), som de tambores, boa companhia e uma calorosa lareira.

A lareira, no segundo dia do Encontro (foto de Patrícia Paiva).

As manhãs eram abençoadas com um ótimo clima, sol e um lago de águas geladas e naturais disponível para quem quisesse se banhar. No segundo dia do encontro, o responsável do sítio conduziu a turma para uma trilha ecológica pela mata ao redor do sítio até chegarmos numa linda e pequena cachoeira. O lugar é realmente lindo, cercado pelo verde, vida e a água fresca e pura da cachoeira. 

JP na cachoeira.

No Encontro não havia somente druidas, druidistas e RC's, tivemos também a participação de uma reconstrucionista egípcia, um asatru e dois afro-religiosos, que estavam ali como convidados ou interessados em apenas trocar ideias e conhecer a "celtaiada" (termo carinhosamente usado pela querida Samanta Tanakht). E isso só nos confirma que entre pessoas de caminhos espirituais diferentes pode haver perfeitamente amizade e respeito.
A última atividade do Encontro foi uma mesa-redonda, ou melhor, uma roda de conversa (pois não tinha mesa nenhuma rs) sobre o Conselho Brasileiro de Druidismo e Reconstrucionismo Celta, criado recentemente com a assinatura do Estatuto do Conselho numa reunião entre membros em São Paulo. Sem dúvida, um passo importante foi dado para o Druidismo no Brasil e uma longa estrada começa a se traçar diante de nós. A estrada provavelmente será árdua, mas a união, amizade e honra que existem entre nós com certeza tornará esse caminho mais leve e proveitoso. O Encontro foi encerrado com uma fogueira sagrada, diante da qual preces e juramentos foram feitos. Ritos de cura também foram realizados diante do fogo. E por fim fizemos a despedida, abraçamos e agrademos a cada um que estava ali, enquanto lágrimas e risos se misturavam. 

A fogueira sagrada no último dia do encontro (foto de Patricia Paiva).

Sob o Céu estrelado e com os pés sobre a Terra sagrada, agradecemos, pedimos, choramos, honramos e rimos... Estávamos entre irmãos. Laços mais fortes que o sangue nos unia e continua a nos unir, para além do tempo e do espaço físico. Naquele momento pudemos compreender e sentir o que quer dizer Anam Cara (Amigo de Alma)... Não tenho mais a dizer, apenas que fico muito feliz em fazer parte dessa família druídica e "céltica" brasileira!  E que sinto por cada um de vocês que estavam no Encontro (presencialmente ou em pensamento) um grande carinho e amizade!
O próximo Encontro será no mesmo período do ano que vem, em São Paulo, então, nos vemos por lá! 

Slán go foill! (Adeus por enquanto!) 

(Parte da) Família Druídica e "Céltica" brasileira, no III EBDRC (foto de Náthaly Adamo).

Resumo sobre o que ocorreu no III EBDRC

Fogueira sagrada no dia 17 de novembro de 2012 (foto de Patrícia Paiva)


Por Wallace Kunvelin

"Um ano se passou desde a segunda edição do Encontro Brasileiro de Druidismo e Reconstrucionismo Celta; um ano de muita expectativa para muitos, pois a terceira edição do evento (de caráter itinerante) seria realizada no estado do Rio Grande do Sul, um retorno à sua região natal (a primeira foi realizada em Florianópolis, Santa Catarina, organizada pelo grupo Caer Ynis), e organizada por Bellovesos Isarnos. Desde que isso foi decidido, a organização do evento foi nos presenteando com informações sobre o que estava sendo preparado, o lugar escolhido, e as palestras também foram sendo divulgadas. A expectativa era algo muito natural, pois tudo indicava que seria um evento único na história da espiritualidade céltica no Brasil. E ele o foi, de fato. (...)"

Continue lendo clicando AQUI.

11 de novembro de 2012

Cronograma do III EBDRC



III Encontro Brasileiro de Druidismo e Reconstrucionismo Celta - EBDRC
Novo Hamburgo - RS, 15 a 17/11/2012

Cronograma

15/11/2012

12:00-13:00 – acomodação
13:00-14:00 – almoço
14:00-15:00 – abertura

15:00-16:30 – Marcos Reis (Caer Tabebuya, São Paulo/SP): Forças Xamânicas no Druidismo: ritos de cura inspirados nas Deidades e nos 3 Reinos.

Rito/roda de cura no qual cada pessoa poderá receber uma ação de cura e inspiração profunda para tocar a alma de cada um, deixando-o melhor para si mesmo, para todos e para o mundo.

16:30-17:30 – João Eduardo Schleich Uberti (Caer Itaobi/SP): O Altar em Rituais Druídicos: uma tentativa de construção a partir da análise de altares politeístas contemporâneos.

O altar céltico por excelência é o fogo central de uma casa. Entretanto, em rituais públicos, às vezes se faz necessário um altar com elementos adicionais. Assim, a partir da exibição e explicação de imagens de altares contemporâneos de outras religiões politeístas, será debatido o significado do altar no rito público e proposta a criação de um altar pelos presente a partir dos simbolismos célticos.

17:30-19:00 - Sítio São Luiz (Novo Hamburgo/RS): Trilha ecológica na mata nativa.

19:00-19:30 – coffee break

19:30-21:00 – Bellouesus Isarnos (Porto Alegre/RS): A Origem da Jurisdição dos Druidas.

Analisa a atividade dos druidas como árbitros entre as tribos gaulesas.

21:00-22:00 – Matthes de Walonom (Ordem Walonom, Porto Alegre/RS): Lua, uma tentativa.

Através de conexões novas, pretendo criar formas de construir um ritual lunar. Nessa atividade, irei apresentar possíveis formas de celebrar a lua de mês a mês e facilitar a criação de tantas outras maneiras.

22:00 – jantar

16/11/2012

08:00-10:00 - café da manhã
12:00-13:30 – almoço

13:30-15:00 – Darona Ní Brighid (Nemeton Samaúma, Belém/PA): Os Sídhe e os Encantados: traçando semelhanças e diferenças entre Druidismo e Encantaria amazônica.

Por meio de uma palestra em forma de roda-de-conversa, conheceremos um pouco sobre o universo da Encantaria amazônica: o que são os encantados ou “caruanas”, onde vivem, como se manifestam, quem é o(a) pajé ou curador(a) e como este(a) se relaciona com esses seres. A partir dessas informações, serão traçadas diferenças e, sobretudo, semelhanças entre algumas crenças e práticas da Encantaria e Pajelança com o Druidismo. Ao final da palestra, será conduzida uma meditação.

15:00-16:00 – Marcos Reis (Caer Tabebuya, São Paulo/SP): Forças Xamânicas no Druidismo: ritos de cura inspirados nas Deidades e nos 3 Reinos (segunda parte).

Rito/roda de cura no qual cada pessoa poderá receber uma ação de cura e inspiração profunda para tocar a alma de cada um, deixando-o melhor para si mesmo, para todos e para o mundo.

16:00-17:30 – Wallace Cunobelinos (Ramo de Carvalho, São Paulo/SP): A Prática Oracular entre os Celtas.

A busca pela visão daquilo que está oculto, seja no passado, presente ou futuro, faz parte da maioria das espiritualidades nativas. Com os celtas não era diferente. Nessa palestra, faremos uma rápida análise sobre diversas formas de divinação encontradas nos registros sobre os celtas e sobre os resquícios dentro do folclore das regiões por ele habitadas. Também conheceremos um pouco sobre os áugures que praticavam essas artes, e suas capacidades de ver o invisível e seu domínio sobre a Segunda Visão.

17:30-18:00 – coffee break

18:00-19:30 – Druida do Vento (Anastácio/ MS): Druidismo e Cultura Terena.

Explora brevemente o panorama histórico do Povo Terena, fazendo uma pequena mostra de sua cerâmica e objetos rituais e expondo mitologia e ritos do Povo Terena; traça um paralelo entre o druida e o xamã Terena; encerra com uma vivência em grupo.

19:30-20:30 - Sheilla Pereira Sabbag Uberti (Caer Itaobi, São Paulo/SP): Processos naturais: nascer, viver e morrer com honra.

Retomando os processos naturais de nascimento, vida e morte. Porque o nascimento hoje exige um médico? Porque a morte tem de ser escondida? Abracemos a vida com a honra que ela merece.

20:30-22:00 – Andréa Éire e Simão Proença (Caer Tabebuya, São Paulo/SP): Danças Escocesas.

A atividade consiste em danças de casais em grupos, onde os casais interagem entre si e com os outros casais, promovendo entrosamento entre todos os participantes. São danças agitadas e alegres, propícias para uma celebração.

22:00 – jantar

17/11/2012

08:00-10:00 - café da manhã

12:00-13:30 – almoço

13:30-15:00 – (Ordem Walonom, Porto Alegre/RS): Uma sala de espelhos: conhecendo Walonom.

Possibilitar uma visão ampla e acertada sobre Walonom e seu trabalho, olhando de forma panorâmica e intimista, eis a intenção desta atividade.

15:00-16:00 – Joanna Doarco (Tribo da Onça Parda, Jundiaí/SP): Respirando os Caminhos.

Exercícios respiratórios na criação de imagens mentais e a sua interpretação.

16:00-17:30 – José Paulo Almeida (Caer Ynis, Florianópolis/SC): O Despertar: como os Druidas renasceram no séc. XVIII.

Nesta palestra falaremos sobre os aspectos que levaram ao Renascimento Druídico, sobre as linhagens surgidas nesse período e como influenciaram o druidismo moderno.

17:30-18:00 – coffee break

18:00-19:30 – Juliana Couto (Caer Ynis Cara/DNA - São Paulo/SP): Díndseanchas: encontrando seu lugar na Paisagem Sagrada.

Nesta palestra/vivência, procuraremos entender o conceito de Díndseachas através de algumas histórias, buscando achar a religação com a paisagem, antes tão natural aos Celtas e hoje tão distante da maioria de nós.

19:30-21:00 – Darona Ní Brighid (Nemeton Samaúma, Belém/PA): Danças Circulares Sagradas: honrando a Terra e a Tribo.

Uma vivência com danças circulares que celebram a Terra e a comunidade druídica brasileira, trazendo danças que evoquem tanto a cultura brasileira quanto a céltica.

21:00-22:00 – Mesa-redonda: CBDRC.

Discussão sobre o Conselho Brasileiro de Druidismo e Reconstrucionismo Céltico - CBDRC.

22:00 – encerramento.